terça-feira, 25 de março de 2014

Movimento em Câmera Lenta

Dedico este poema para Cláudia, Amarildo, e todos aqueles que tiveram suas vidas roubadas pela incompetência e crueldade de um sistema que era para ser democrático!


Sobe, sobe tudo aqui dentro,
Sobe e vai pra cabeça,
Imagens se criam estroboscópicamente,
Lentamente, subitamente,
Minha mente já não aguenta mais.

Posso sentir as células se juntando,
Fervendo, borbulhando.
Meu estomago vira um caldeirão,
Posso vomitar meu acido em ti
E corroer essa sua crueldade.

Em câmera lenta te torturo,
Dedo por dedo, dente por dente,
Posso ouvir o barulho do alicate:
Trec, trec, trec, trec.

Te como, te rasgo-
Em câmera lenta
Te maltrato

Filhos da puta!


(Nathally Amariá)